Thursday, January 04, 2007

DIA 10 - QUELLÓN (ILHA DE CHILOÉ) - PUYUHUAPI (CARRETERA AUSTRAL)


Ola, que tal?
Finalmente, consegui conexão para atualizar o blog. Desde a última vez, um caminhão de coisas aconteceu, os dias aqui estão longe de serem monótonos. O dia 9, ao contrário do que eu imaginava, terminou em Quellón ao invés de Castro. O transbordo para Chaitén seria a partir de Quellón mas imaginei que a cidade não devia ter estrutura no que me enganei.

A travessia da grande ilha de Chiloé é um capítulo à parte. Tem-se a sensação de estar entrando em outro mundo, a começar pela paisagem, predominantemente plana, muito diferente do que estava acostumado até então. Além disso, é uma parte do Chile muito menos desenvolvida, com pessoas nitidamente mais simples e com uma atmosfera particular. Tem-se a sensação de que a vida passa mais devagar em Chiloé. Outra particularidade é a grande quantidade de bêbados na rua. O que tem de cozido pelas ruas, abraçados das garafas não é brincadeira.

Passei a noite em Quellón numa cabaña ajeitada! Como de costume, não faltou sorte... Na chegada a Quellón, uma cidade estilo velho oeste, cheia de coisas fechadas, construções abandonadas, com um clima nitidamente meio cinzento, perguntei num posto sobre o embarque do transbordo. O frentista me indicou o escritório da empresa que opera os barcos, mas estava fechado... saindo do lado do escritório, um cidadão. Perguntei se ele trabalhava ali, ele disse que sim e me ofereceu estadia nas cabañas, que são também operadas por ele. Negócio casado... hehehe...

Na mesma hospedagem, um austríaco numa KMT 990 Dakar estupidamente preparada para maus terrenos. Descobri na sequencia que o cidadão, um polacão cabeludo todo maluco, está viajando há 3 meses e meio, descendo toda a América do Sul, com uma moto fornecida pela própria KTM para a aventura. Assim, até eu!!!! ;-)

Ainda antes do embarque na manhã do dia dia 10, conheci dois brasileiros, Chico e Elói, numa Super Teneré e numa XT660, ambos de Nova Petrópolis, fazendo basicamente o mesmo trajeto.

O transbordo para Chaitén transcorreu como um passeio no lago, ao contrário do que esperávamos, pois os relatos falavam de viagens de até 8 ou 9 horas, com o barco chacoalhando como numa batedeira. Pela forma como amarraram as motos no barco, realmente nos preparamos para o pior. Mas o tempo continua a nosso favor, e em pouco mais de 5 horas desembarcamos em Chaitén.

Abastacemos e estrada!

20 km após Chaiten, começou a Carretera Austral de verdade! E o bicho pegou! E muito! A estrada havia sido patrolada a pouco tempo e a quantidade de pedras soltas era inenarrável. A pilotagem da moto tornou-se uma aventura arriscada e perigosa, com a moto literalmente surfando as pedras. Andar devagar (menos de 60 km/h) nem pensar, pois a roda dianteira afundava nas pedras. Foi bom ter companhia neste trecho! Em pouco tempo já estávamos acostumados (até onde se é possível acostumar com um terreno como este) e a viagem fiocou mais tranquila, e mais uns 20 km depois, a rípio ficou "confortável", as pderas diminuíram, e a viagem começou a render, com média horária neste trecho acima de 80 km/h.

Passamos por La Junta (primeira cidade após Chaiten, cerca de 150 km de rípio) e como o dia tem escurecido após as 22h, decidimos avançar mais cerca de 60 km até Puyuhuapi. Entretanto...

No meio do caminho tinha uma pedra, tinha uma pedra no meio do caminho. E a pedra furou o pneu dianteiro da XT do Elói. Ai fudeu... Socamos o bom e velho "tire pando", e nada... O jeito foi os gaúchos quedarem-se esperando na estrada e eu ir atrás de ajuda, isso já por volta das 21h30m. Como sempre... a sorte!

5 km mais adiante (ainda faltavam 20 para Puyuhuapi) havia um lodge, que para resumir a história, colocou um caminhão pra ir buscar a moto e nos hospedou numa cabanaa, num cenário de filme. Este lodge, (el Pangue) fica na única zona privada dentro do parque nacional Queulat, e possui um microclima particular onde sempre há tempo ruim, devido à proximidade das montanhas da cordilheira entre si. Pode parecer programa de índio (quem em sã consciência iria para um lugar onde sempre faz tempo ruim???) mas a beleza do local é realmente única.

Janta no restaurante do hotel e cama, que muito rípio nos aguardava no dia seguinte, sem contar que ainda seria necessário consertar o pneu do Elói.

ROTEIRO: Quellón (Chiloé) - travessia Quellón - Chaitén (5h30m de travessia) - La Junta - Puyuhuapi
KM: 251,24 KM percorridos hoje, incluindo aproximadamente 75 km de barco - 5081 KM rodados no acumulado

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